sábado, 26 de junho de 2010

O Romantismo no Brasil


O Romantismo nasce no Brasil poucos anos depois de nossa independência política. Por isso, as primeiras obras e os primeiros artistas românticos estão empenhados em definir um perfil da cultura brasileira em vários aspectos: a língua, a etnia, as tradições, o passado histórico, as diferenças regionais, a religião, etc. Pode-se dizer que o nacionalismo é o traço essencial que caracteriza a produção de nossos primeiros escritores românticos, como é o caso de Gonçalves Dias.

Particularidades de nosso Romantismo

A Independência política, de 1822, desperta na consciência de intelectuais e artistas nacionais a necessidade de criar uma cultura brasileira identificada com suas próprias raízes históricas, linguísticas e culturais.

O Romantismo, além de seu significado primeiro - o de ser uma reação à tradição clássica -, assume em nossa literatura a conotação de um movimento anticolonialista e antilusitano, ou seja, de rejeição à literatura produzida na época colonial, em virtude do apego dessa produção aos modelos culturais portugueses.

Portanto, um dos traços essenciais de nosso Romantismo é o nacionalismo, que orientara o movimento e lhe abrirá um rico leque de possibilidades a serem exploradas. Dentre elas se destacam: o indianismo, o regionalismo, a pesquisa histórica, folclórica e linguística, além da crítica aos problemas nacionais - todas elas posturas comprometidas com o projeto de construção de uma identidade nacional.

Tradicionalmente se tem apontado a publicação da obra Suspiros poéticos e saudades (1836), de Gonçalves de Magalhães, como o marco inicial do Romantismo no Brasil. A importância dessa obra reside muito mais nas novidades teóricas de seu prólogo , em que Magalhães anuncia a revolução literária romântica, do que propriamente na execução dessas teorias.

As Gerações do Romantismo
Tradicionalmente se têm apontado três gerações de escritores românticos. Essa divisão, contudo, engloba principalmente os autores de poesia. Os romancistas não se enquadram muito bem nessa divisão, uma vez que suas obras podem apresentar traços de mais de uma geração.

* Primeira geração: nacionalista, indianista e religiosa. Destacam-se os poetas Gonçalves Dias e Gonçalves de Magalhães.
* Segunda geração: marcado pelo "mal do século", apresenta egocentrismo exarcebada, pessimismo, satanismo e atração pela morte. Destacam-se os poetas Álvares de Azevedo, Casimiro de Abreu, Fagundes Varela e Junqueira Freire. 
* Terceira geração: formada pelo grupo condoreiro, desenvolve uma poesia de cunho político e social. A maior expressão desse grupo é Castro Alves.


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