sábado, 26 de junho de 2010

O Estudo da Pré-história



O homem pré-histórico deixou uma série de vestígios de sua existência e registros de seu modo de vida. Entre as ciências que estudam esses vestígios e registros destacam-se a Paleontologia humana e a Arqueologia pré-histórica.

* Paleontologia humana - ciência que estuda os fósseis (restos) dos corpos dos homens pré-históricos. As partes comumente encontradas são as que resistem mais à erosão do tempo: ossos e dentes.

* Arqueologia pré-histórica - ciência que estuda as coisas feitas pelo homem pré-histórico, como: instrumentos de pedra e metal, objetos e peças de cerâmica, cavernas eventualmente habitadas, sepulturas, etc. Através desse estudo, os arqueólogos procuram interpretar a atividade dos grupos humanos pré-históricos.

De modo geral, a Arqueologia desenvolve técnicas destinadas a recuperar e interpretar os restos materiais do passado humano. Assim, além da pré-história, a arqueologia dedica-se a qualquer período, como a Antiguidade Oriental ou Clássica, a Idade Média, a era industrial e a sociedade de consumo etc.

Divisão da pré-história

A divisão tradicional da pré-história baseia-se em uma concepção evolucionista do processo cultural do homem. Porém essa divisão é criticada, pois pressupõe que todas as sociedades humanas passaram pelas fases por ela estabelecidas, o que nem sempre ocorreu. Apesar das falhas, é uma classificação adotada no mundo inteiro.

Paleolítico ou Idade da Pedra Lascada - do aparecimento do homem até cerca de 10 mil a.C.
Neolítico ou Idade da Pedra Polida - de 10 mil a.C. até cerca de 4 mil a.C.
Idade dos Metais - transição da pré-história à história propriamente dita. É o início das civilizações.

O Paleolítico
A sociedade dos caçadores-coletores

Durante o longo perídodo Paleolítico, o homem tinha como principais atividades para obter alimentos: a coleta de frutos, grãos e raízes; a caça e a pesca. Além disso, aprendeu a confeccionar seus primeiros instrumentos com pedaços de madeira, osso e de pedra. Os instrumentos de madeira são se conservavam, restando os de osso e de pedra lascada, que constituem os predecessores mais antigos dos atuais machados, facas, perfuradores e raspadeiras.
O controle do fogo foi uma das maiores realizações humanas no Paleolítico. Representou a primeira grande conquista do homem sobre o meio ambiente, no sentido de adaptá-lo às suas necessidades.
Com o domínio do fogo e a utilização das primerias ferramentas, o homem paleolítico fio vencendo dois grandes inimigos: o frio e a fome.
Para obter sua alimentação, o homem teve que aprender a cooperar e a se organizar socialmente. Da eficiência dessa cooperação social dependia, por exemplo, o sucesso da caçada a um animal feroz e perigoso. 
O modo de vida nômade era dominante em diversas comunidades. Aos poucos, entretanto, evoluiu para formas mais sedentárias, à medida que os homens desenvolviam soluções para superar as dificuldades da natureza, explorando melhor cada ambiente. Surgiram, então, os primeiros clãs, formados por conjuntos de famílias cujos membros descendiam de ancestrais comuns. Nesses clãs, a mulher desempenhava papel de coesão, pois zelava pela unidade familiar.

Em termos econômicos, cada clã era auto-suficiente, embora, eventualmente, pudesse se relacionar com outros clãs. A produção desenvolvida tinha por objetivo atender às necessidades coletivas do clã, sem a preocupação de produzr excedentees para a troca ou para acumular riquezas. O tempo gasto nessa produção tinha como limite a obtenção de alimento suficiente para suprir o grupo. Não se trabalhava além desse limite, e o resto do tempo era ocupado com atividades de lazer e de prazer:  festas, danças, cerimônias, rituais refeições, banhos, brincadeiras etc.

O homem do Paleolítico desenvolveu uma cultura responsável por surpreendentes manifestações artísticas. A admirável arte do Paleolítico expressava-se através de figuras entalhadas em pedra, de pinturas gravadas nas paredes das cavernas, de modelagem em barro, de animais etc.
A atividade artística estava ligada a rituais mágicos, pois acreditava-se que, pintando ou esculpindo animais que seriam caçados, podia-se dominá-los antecipadamente. 

O Neolítico
A revolução agropastoril

A característica fundamental do Neolítico refere-se às novas formas de relação que se estabeleceram entre o homeme o meio ambiente.
De modo geral, podemos dizer que durante o Paleolítico o homem apenas colhia da natureza os bens de que precisava para satisfazer às suas necessidades. Quando determinado ambiente deixava de fornecer esses bens (animais ou vegetais), o homem deslocava-se para outras regiões, em busca de melhor sorte. A estreita dependência das condições naturais marcava a vida dos grupos humanos do Paleolítico. Conforme as estações, as comunidades sofriam os repentinos altos e baixos da fartura ou escassez.
Já no perído Neolítico ocorreu uma transformação radical. O homem passou a interferir decisivamente no meio ambiente. Começou a cultivar plantas e a domesticar animais, controlando as fontes de sua alimentação. Assim, a sobrevivência humana foi-se libertando das mãos meramente coletoras, passando a depender cada vez mais das mãos produtoras.
Com a revolução neolítica, as comunidades puderam produzir mais alimentos do que o necessário ao consumo imediato. Esse aumento de produção impulsionou o cresciemnto da população, permitindo o surgimento das primeiras cidades, com populações que a tingiam a média de 1500 a 2000 habitantes. Algumas dessas cidades desenvolveram atividades tipicamente urbanas, baseadas no artesanato e no comércio, criando um modo de vida distinto do rural.

As primeiras cidades : entre as cidades mais antigas do mundo destacam-se Jericó (VIII milênio a.C.) e Beidha (VII milênio a.C.). Ambas estão localizaas na região da Palestina. Também merece destaque Çatal, Hüyük (VII milênio a.C.), situada na região da Turquia.

A necessidade de controlar a agricultura e a criação de animais levou à divisão do trabalho e à especialização de funções entre os membros da aldeia. Entretanto isso não chegou a prejudicar a organização comunitária, pois a terra e o rebanho eram considerados propriedades coletivas do grupo.

A Idade dos Metais
Um grande avanço tecnológico

Costuma-se dividir a Idade dos Metais em três grandes fases:

- Metalurgia do cobre -  O cobre foi o primeiro metal a ser fundido em larga escala pelo homem. Sua utilização não significou a eliminação dos instrumentos de pedra, que só muito lentamente foram sendo substituídos.
- Metalurgia de bronze - Misrurando cobre com estanho, o hoemm conseguiu obter o bronze. Sendo mais duro que o cobre, o bronze era empregado na fabricação de instrumentos, como espadas, lanças, martelos etc. A fundição do bronze desenvolveu-se nas primeiras cidades, onde crescia a divisão social do trabalho, com o aparecimento das classes sociais e da produção mercantil, isto é, a produção não mais para o consumo pessoal, mas para a troca.
- Metalurgia do ferro - A metalurgia do ferro em grande escala teve início somente por volta de 1500 a.C. e difundiu-se em cidades onde a vida social tornava-se cada vez mais complexa, com o desenvolvimento da civilização. Os utensílios feitos de ferro possibilitaram um grande aumento da produção agrícola e artesanal.

O desenvolvimento da civilização
As grandes mudanças na sociedade, na economia e na técnica


  • Aparecimento de classes sociais - surgem ricos e pobres, exploradores e explorados, senhores e escravos.

  • Formação do Estado - organiza-se um governo que administra a sociedade e controla a força militar (exército).

  • Divisão social do trabalho - divide-se cada vez mais a atividade dos membros da sociedade, surgindo trabalhadores especializados como metalúrgicos, ceramistas, barqueiros, vidraceiros, sacerdotes, comandantes militares etc.

  • Aumento da produção econômica - com o desenvolvimento das técnicas agrícolas, da criação de animais e do artesanato, a produção econômica cresce bastante. Além dos bens necessários ao consumo imediato, as sociedades começam a produzir excedentes, armazenando vários produtos para a troca comercial.

  • Registros escritos - acompanhando o nasciemnto das primeiras cidades, desenvolvem-se a escrita, a numeração, os pesos e as medidades e o calendário.
O Crescente Fértil

É a princial região do planeta onde surgiram as primeiras civilizações. Conhecida por esse nome devido ao seu traçado que faz lembrar a Lua no quarto crescente, essa região abrange parte do nordeste da África, as terras do corredor mediterrâneo e a Mesopotâmia.

Diferenças entre as comunidades pré-históricas e as sociedades civilizadas

As comunidades pré-históricas baseavam-se nos laços de parentesco, na intimidade dos usos e costumes, na cooperação e no consetimento dos membros do grupo. Os alimentos, a terra, os rebanhos eram propriedade coletiva da comunidade. Cada pessoa desfrutava os resultados de seu trabalho com os demais membros do grupo.

Nas sociedade civilizadas quse toods esses elementos se modificam. Em vez de cooperação, desenvolve-se cada vez mais o espírito de competição social. Surge a propriedade privada da terra, dos rebanhos, etc. Aqueles que acumulam propriedade privada tornam-se ricos, e os que nada acumulam tornam-se pobres. Surgem os explorados e os exploradores. Surge o Estado governado por uma minoria, cuja força provém da combinação dos poderes econômico (riqueza), político (força) e ideológico (saber).

Civilização e Estado

O Estado é a instituição político administrativa que detém força para impor normas e organização à sociedade civilizada.
Nem sempre o Estado existiu. Diversas sociedades organizaram-se e viveram sem ele. Eram as chamadas sociedades sem Estado ou sociedades sem classes. O Estado surgiu na história quando algumas sociedades atingiram determinado grau de desenvolvimento econômico, gerando a divisão social do trabalho, o aparecimento das desigualdades de classes e os conflitos entre exploradores e explorados. O papel do Estado é amortecer o choque desses conflitos, evitando uma luta direta entre as classes antagônicas.

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